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Com medo de perder protagonismo, dubladores brasileiros se unem por regulação da IA; entenda

Dubladores brasileiros começaram um movimento pela regulação do uso da inteligência artificial em jogos, filmes, séries e outras produções audiovisuais. A preocupação dos profissionais é que os sistemas da IA possam substituir os artistas, fazendo imitações de vozes e partir de padrões identificados e registrados na internet.

 

Uma petição liderada pela United Voice Artists, grupo global de associações de dublagem, já reuniu mais de 50 mil assinaturas para impedir a substituição de dubladores humanos por robôs.

 

Os limites para a IA em produções audiovisuais são alvo de debate no mundo inteiro foi uma das principais causas para a greve de atores em Hollywood no ano passado. A paralisação durou quase quatro meses, a segunda mais longa da categoria.

 

No Brasil, o movimento Dublagem Viva pede que sejam determinadas regras para "equilibrar os avanços tecnológicos com a preservação de empregos e garantir a qualidade da dublagem". A campanha destaca que é função dos artistas dar autenticidade à versão dublada das produções e adaptar os personagens à cultura e ao contexto de cada país.

 

Para Marcelo Mattoso, sócio do Barcellos Tucunduva Advogados (BTLAW), especialista em Mercado de Games e eSports e Mestre em Inovação e Tecnologia na Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), um projeto de lei poderia ser pensado para regularizar a discussão. "A ideia central desse movimento não é proibir o uso da IA, mas sim garantir a qualidade das dublagens, que se mantém com a permanência dos profissionais desse setor", diz.

 

O especialista aponta que demandas como "a proibição da utilização da IA para replicar vozes dos atores; que a IA seja utilizada em conformidade com a lei de direitos autorais; que a IA não seja utilizada com fins de disseminação de conteúdos estereotipados ou que contenha qualquer tipo de descriminação ou preconceito; e que a regulamentação seja feita após ouvir os profissionais do setor, especialistas e toda a sociedade civil" poderiam ser contempladas num eventual PL.

 

Pesquisas apontam que 80% dos brasileiros preferem a versão em português da produção audiovisual. Para Marcelo Mattoso, mesmo com essa preferência, sem uma lei, nada garante que os dubladores continuem tendo protagonismo. "Sem a regulamentação nada garante que os estúdios não utilizem a IA para as dublagens. Do lado do consumidor, é imprevisível como o mercado irá reagir, até pelo fato de que a IA consegue simular dublagens bem próximas às originais feitas pelos dubladores", alerta.

 

Assina a petição contra a perda de empregos devido a Inteligência Artificial na indústria da dublagem.

 


Sobre o Autor: 

É Andre, sem acento mesmo. Meus cineastas preferidos são David Fincher, Christopher Nolan, M. Night Shyamalan e, claro, Zack Snyder. Uma curiosidade sobre mim: Tenho Q.I elevado para Legos, construo qualquer coisa com os blocos coloridos.

Com medo de perder protagonismo, dubladores brasileiros se unem por regulação da IA; entenda Com medo de perder protagonismo, dubladores brasileiros se unem por regulação da IA; entenda Reviewed by Andre Guilherme on janeiro 25, 2024 Rating: 5

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